Primeiras Impressões: de Gotham

Qualquer pessoa que acompanhe o Batman em seus quadrinhos reconhece 2 fatos: O Cavaleiro das Trevas é F*da e ele não seria tão icônico sem os seus vilões. Independente do nome em questão, o herói é sempre testado em algum aspecto. O treinamento ajuda, sua armadura também, enquanto a inteligência é o grande destaque através de cada nome marcante que cruzou o caminho de Bruce Wayne. Entretanto, origens também podem ser interessantes. Muitas já foram contadas de diferentes formas nas páginas, mas novas visões podem surgir em um universo tão vasto e recheado de ramificações. E se a corrupção da cidade fosse usada em favor disso? Afinal, o que aconteceu durante toda a adolescência do jovem Wayne após a morte do seu pai? Um tempo que por vezes parece em branco, mas que pode ganhar um grande espaço em uma trama original, sem ligações com qualquer universo. Esse é o primeiro pensamento após o primeiro episódio de Gotham.
O primeiro episódio da série de TV começa de um modo interessante, acompanhando a jovem Selina Kyle (Camren Bicondova), futura Mulher-Gato, enquanto a mesma comete crimes ainda pequenos como roubar um litro de leite ou bater uma carteira. Entretanto, logo a abordagem muda com o assassinato de Martha e Thomas Wayne. Desde a fuga do assassino o foco muda para James Gordon (Ben McKenzie). Com seu parceiro corrompido, Harvey Bullock (Donal Logue), e o objetivo de cumprir sua promessa ao filho do casal, Bruce Wayne (David Mazouz), o detetive passa a caminhar pelas ruas e o submundo de Gotham City em busca do responsável pelo crime que chocou a cidade. No caminho nomes marcantes são mostrados, mas a organização criminosa mostra-se muito mais forte do que ele imaginou.
Talvez o ponto mais forte do programa, mas também aquele que será responsável por diversas reclamações, seja simplesmente o fato de que o roteiro não se prende aos fatos da HQ. Se foi anunciado como uma história original, mudanças eram esperadas e chegam com tudo. Personagens mudam de idade, outros são inseridos, laços que não existiam são construídos. O objetivo em mostrar cada origem fica logo claro, enquanto muitos nomes conhecidos aparecem e ganham os seus momentos, nem que eles sejam pequenos. Para conseguir isso, características e atitudes de cada nome são utilizadas de forma clara ao espectador, enquanto a produção se faz completa através de um encanto enorme da fotografia e transformação da cidade de Nova York como a metrópole que será defendida pelo Cavaleiro das Trevas no futuro.
Além de todos os detalhes, dois personagens do lado “malvado” encontram destaque. São eles: Fish Mooney e Pinguim. É de fato interessante perceber que um nome original pode chamar tanta atenção do público, mas a atuação de Jada Pinkett Smith como Fish é intrigante desde o começo. A personagem consegue isso através da sua objetividade e busca pelo poder, sem se importar com os obstáculos. Enquanto isso, a atuação de Robin Lord Taylor convence como o clássico Oswald Cobblepot / O Pinguim. Talvez os dois citados sejam até grandes responsáveis por parte do tom do programa, já que são cínicos e acompanhados de atitudes mafiosas desde suas primeiras aparições. Enquanto isso, Ben McKenzie é de fato a maior surpresa. Muitas críticas surgiram quando ele foi escalado, mas o ator consegue convencer no papel do futuro comissário, sabendo demonstrar seus valores através de suas atitudes e convicções.
Sem dúvida alguma, a abordagem construída através de personagens, atitudes e casos, faz Gotham ganhar uma tonalidade mais adulta. A série logo mostra que não desenvolverá mais um estilo juvenil, caminhando para questões envolvendo grande criminalidade e a máfia por grandes momentos. De tal forma, a violência também se faz presente, assim como toda a corrupção policial mostrada através dos acontecimentos. Entretanto, é evidente que perguntas também surgem. Qual será o caminho do programa? Até quando o caso envolvendo os Wayne será abordado de forma insistente? Quanto tempo será necessário para mudanças e reviravoltas? O enigma foi lançado, mas será que o Coringa realmente aparecerá?
É realmente um projeto que promete um caminho interessante, ainda mais após uma apresentação muito bem elaborada e recheada de expectativas. Alguns nomes se destacaram? Sim, mas existem muitos outros com potencial para isso. É evidente que a grande quantidade de vilões do Homem-Morcego deve ajudar o roteiro, assim como a nova perspectiva sobre sua origem. A verdade é que Bruno Heller (The Mentalist), produtor-executivo, mostrou novamente a sua capacidade de criar e/ou adaptar algo. Além disso, lacunas devem ser preenchidas em sua trama através da excelente visão de Gordon.
Primeiras Impressões: de Gotham
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novembro 25, 2017
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